Sucesso com técnica para disfunção erétil relacionada com cancro
Estudo publicado na revista “European Urology”
17 abril 2019

Uma equipa de investigadores aperfeiçoou com sucesso uma técnica cirúrgica minimamente invasiva para recuperar a função erétil em homens submetidos a cirurgia para cancro da próstata (prostatectomia).
As prostatectomias radicais podem danificar os nervos do corpo cavernoso, que é a parte esponjosa do pénis, responsável por iniciar a ereção. Como consequência, uma substancial percentagem de pacientes fica com disfunção erétil.
Os tratamentos atuais passam por injeções ou uma prótese, métodos que têm efeitos secundários.
A intervenção cirúrgica que foi desenvolvida por Christopher Coombs, da Universidade de Melbourne, e David Dangerfield, da Universidade Monash, ambas na Austrália, foi usada de forma pioneira no Brasil, pelo cirurgião Fausto Viterbo.
A nova técnica término-lateral consiste na remoção de dois nervos surais das pernas, que não são necessários para a função total da perna. Para o enxerto do nervo, uma extremidade é ligada ao nervo femoral da coxa e a outra ao corpo cavernoso.
O nervo sural atua como uma estrutura condutora que leva fibras nervosas regeneradoras do nervo femoral para o corpo cavernoso. Cerca de 12 meses depois, as novas terminações nervosas no corpo cavernoso libertam um neurotransmissor (a acetilcolina) que ajudará a iniciar uma ereção.
Fausto Viterbo tinha, em 2017, relatado um enxerto de nervo término-lateral. Os cirurgiões australianos melhoraram a técnica de forma a induzir menos danos no nervo femoral e estimular a regeneração. A nova técnica tem como objetivo fornecer mais axónios ao pénis devido aos danos parciais no nervo femoral.
O procedimento obteve uma taxa de sucesso de 71% em 17 pacientes que tinham menos de 70 anos. Com efeito, três dos pacientes voltaram a ter função erétil seis meses após a cirurgia, e nove 12 meses após. Dois dos pacientes relataram ter conseguido a sua primeira ereção em 12 anos.
ALERT Life Sciences Computing, S.A.
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