As pessoas que se consideram intuitivas têm menos «faro» para detectar mentiras. É o que afirma um estudo realizado por cientistas da Universidade do Centro de Lancashire, em Preston, Grã-Bretanha. A investigação foi relatada na edição electrónica da revista «Newscientist».
«Em geral, as pessoas não são boas detectoras de mentira. Elas acertam entre 45% a 65%. O meu objectivo era saber se existiam meios de tornar as pessoas mais capazes de detectar mentiras», explicou Paul Seager, autor do estudo.
Seager mostrou 10 vídeos - com pessoas a falar sobre os seus filmes preferidos, algumas destas diziam a verdade enquanto outras inventaram argumentos falaciosos - a 200 voluntários e pediu que estes dessem a opinião de quem estaria a falar a verdade. Os participantes foram separados em dois grupos: os intuitivos e os normais.
O primeiro grupo acertou em 59% das vezes e o segundo em 69% das vezes. Os intuitivos apresentaram resultados normais, mas o outro grupo foi bem melhor, disse Seager.
Uma das explicações apresentadas pelo cientista sobre o facto dos mais «intuitivos» não repararem tão bem nas mentiras reside, segundo o estudo, no facto de estes apontarem como possíveis mentirosos os indivíduos com tiques como evitar o contacto visual ou mexer no nariz. Ao invés, os categorizados como «não-intuitivos» procuram tiques como movimentos de braços ou do pé.
A investigação também sugeriu que os indivíduos que contaram mentiras restringem os movimentos dos braços e pés.
O importante, segundo a investigadora, é não acreditar tanto na intuição e observar mais os movimentos das pessoas. Aliás, reforça, é por esta razão que os polícias conseguem detectar as mentiras durante as investigações.
Este estudo foi apresentado durante a conferência anual da Sociedade de Psicologia Britânica, em Blackpool, Lancashire, Reino Unido
Paula Pedro Martins
MNI-Médicos Na Internet
