Estudo nacional sobre saúde mental

Portugal tem uma prevalência de perturbações psiquiátricas, "um padrão atípico, em termos europeus”, com números que se aproximam aos dos EUA, país com maior prevalência no mundo, disse à agência Lusa o coordenador do estudo nacional sobre saúde mental, Caldas de Almeida.
O primeiro estudo que faz o retrato da saúde mental em Portugal insere-se na iniciativa mundial dos estudos epidemiológicos da Organização Mundial de Saúde (OMS), é coordenado pela Universidade de Harvard nos Estados Unidos e envolve 24 países, tendo até hoje criado a “maior base de dados do mundo”, com mais de 100 mil pessoas entrevistadas.
Em Portugal, o estudo é dirigido pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e revelou que 22,9% dos 3.849 entrevistados, amostra representativa da população portuguesa, sofrem de perturbações psiquiátricas, aproximando-se dos 26,3% registados nos EUA. No topo dos problemas estão as perturbações de ansiedade, com 16,5%, as perturbações depressivas, com 7,9%, as perturbações de controlo dos impulsos, com 3,5%, e as perturbações relacionadas com o álcool, 1,6%.
Os primeiros resultados do estudo revelam que os mais afectados são as mulheres e os jovens dos 18 aos 24 anos e, dentro destes dois grupos, especialmente aqueles que estejam separados, viúvos e divorciados e tenham níveis de literacia baixos e médios. O estudo português tem o financiamento da Comissão Europeia, até Julho do próximo ano, e apresentará os resultados finais durante o segundo semestre de 2011.
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