Relatório do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia de 2013

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) registou o menor tempo de espera de sempre para cirurgia por parte dos doentes em 2013, apurou a agência Lusa.
Segundo dados do relatório síntese do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC) para o ano de 2013, o tempo de espera para cirurgias foi de 2,8 meses, tendo assim descido pela primeira vez abaixo dos três meses. Foram efetuadas 544.377 cirurgias até dezembro de 2013, o que representa um acréscimo de 1,9% em relação ao ano anterior.
No entanto, os tempos de espera para as cirurgias para doenças oncológicas sofreram uma subida . O número de doentes com esta patologia operados num ano (no público, no privado e nas instituições com protocolo) também aumentou, tendo sido o maior de sempre: 44.264 doentes (mais 6,1% face ao ano anterior).
O aumento acima referido “reforça a necessidade de prevenir o aparecimento destas doenças, continuar a melhorar a articulação entre os cuidados de saúde primários e a intervenção hospitalar, e encetar novas medidas para aumentar a resposta do SNS face à estimativa de aumento da incidência deste flagelo”, considera a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), responsável pelo relatório.
A percentagem de inscritos que ultrapassaram o Tempo Máximo de Resposta Garantida (TMRG) foi de 12,8%, no final de 2013, também o mais baixo resultado de sempre no SNS.
No total de doenças sujeitas a cirurgia, houve um aumento de 3,2% nas entradas em Lista de Inscritos para Cirurgia (LIC) e um aumento de 5,6% do número total de inscritos para cirurgia relativamente a 2012.
Relativamente aos hospitais públicos, registou-se igualmente um aumento da atividade cirúrgica, em 4,1%, o melhor resultado de sempre, com 502.251 doentes operados, tendo sido ultrapassada a barreira dos 500 mil. Os hospitais públicos apresentaram também um aumento de 6,3% nas cirurgias ao cancro, tendo sido operado o maior número de doentes de sempre, 44.024.
O sector convencionado, por outro lado, sofreu uma redução da atividade de 40,7%, face a 2012. A ACSS salienta que o recurso ao setor convencionado ocorre apenas quando 75% do TMRG é ultrapassado.
Apesar deste desempenho, a mediana de tempo de espera para estes doentes foi de mais um dia em 2013, face a 2012, e entre estes dois anos, a percentagem de inscritos com cancro, que ultrapassaram o TMRG, aumentou 15,7%.
O relatório destaca, contudo, a “melhoria do acesso nas áreas de cancro da mama (redução da mediana do tempo de espera em 5%), cancro do cólon e reto (redução da mediana do tempo de espera em 9,5%) e cancro da cabeça e pescoço (redução da mediana do tempo de espera em 12%)”. As áreas de neoplasias malignas da pele e cancro da próstata “continuam a apresentar tempos de espera que importa reduzir de forma contundente”, alerta o relatório.
ALERT Life Sciences Computing, S.A.
