Doenças oncológicas poderiam ser evitadas com aposta na prevenção
Declarações de um especialista
30 janeiro 2017

As doenças oncológicas poderiam ser evitadas ou tratadas precocemente se houvesse uma aposta na medicina preventiva, o que se traduziria numa poupança de milhões de euros, defende o diretor do Serviço de Urologia do Centro Hospitalar de Leiria.
Segundo o especialista, muitos cancros poderiam ser travados logo no seu início, através de tratamentos mais simples, poupando muito dinheiro ao Serviço Nacional de Saúde.
"Temos uma visão curta no que se refere à medicina. Vamos apostar na medicina preventiva, com menos custos, sem IPO [Instituto Português de Oncologia] cheios, com doentes à espera de seis meses para cirurgia. Não é com tratamento curativo, que tem custos económicos e sofrimento enormes, que se poupa”, disse à agência Lusa.
José Garcia alertou para a necessidade de recorrer aos meios complementares de diagnóstico existentes, como ecografias e análises de rotina, nomeadamente ao PSA, marcador que poderá indicar presença do cancro da próstata, que "saem mais barato do que os tratamentos oncológicos e fármacos caríssimos".
"Podemos intervir de imediato e eliminar qualquer 'grãozinho' que esteja a começar a crescer", reforçou.
Considerando que o cancro da próstata é "uma praga", o especialista acusa os homens de "ignorantes", pois "continuam a não quer saber porque é que há mais viúvas que viúvos", referindo-se à pouca adesão aos rastreios.
O médico alertou ainda quem tem fatores hereditários a ter uma "vigilância precoce" e considerou que o tabaco "é um dos piores inimigos".
José Garcia revelou que as patologias do foro urológico estão presentes em todas as fases etárias. Nas crianças são mais comuns a distrofia vesical, síndrome de barragem infra-vesical condicionada por valvas posteriores, refluxo vesico-uretérico e o escroto agudo (torção do testículo, cordão espermático).
A partir dos 16 anos até à idade adulta surgem as infeções do trato urinário, DST (doenças sexualmente transmissíveis) e litíases urinárias. A maior incidência do tumor do rim surge a partir dos 30 a 40 anos.
José Garcia adiantou que o avanço da medicina na área da urologia tem sido grande. "Antes, as pessoas perdiam um rim por causa de uma pedra. Nos anos 1990, o hospital de Leiria introduziu uma técnica a litotrícia intercorpórea. Continua a ser uma grande cirurgia, mas aproveitamos as vias naturais para fazer a intervenção, sem via aberta. Em 24 horas, a pessoa vai para casa".
ALERT Life Sciences Computing, S.A.
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