Investigadores norte-americanos detectaram um tipo de proteínas que poderá no futuro ajudar a travar a doença de Parkinson e talvez também a de Alzheimer.
Por enquanto, as investigações foram realizadas apenas em moscas, já que estes animais apesar das diferenças em relação aos seres humanos sofrem a nível molecular o mesmo processo de perda de neurónios que caracteriza a doença de Parkinson.
Os cientistas, do Instituto Médico Howard Hughes e da Universidade da Pensilvânia, comprovaram que a proteína Hsp70 "pode prevenir a decadência neuronal num modelo de doença de Parkinson na mosca da fruta", explicaram num artigo publicado na revista Science.
A Hsp70 é uma das chamadas "moléculas acompanhantes", um tipo de proteínas necessário ao desenvolvimento adequado de outras.
"Encontrámos parte do mesmo mecanismo em tecidos retirados de pessoas com a doença de Parkinson, o que sugere que essas moléculas podem desempenhar nos seres humanos o mesmo papel que nas moscas", sublinhou Nancy Bonini, professora de Biologia na Universidade da Pensilvânia.
Tanto as moscas como os seres humanos sofrem com o passar do tempo uma deterioração dos neurónios em algumas partes do cérebro, devido à acção de proteínas tóxicas que estão relacionadas com o aparecimento da doença de Parkinson.
As moscas utilizadas na investigação são do tipo "Drosofila melanogaster", um animal muito utilizado na experimentação científica e do qual se possui o mapa genético completo.
Para Pavan Auluck, outro dos investigadores, "algumas moléculas, como a Hsp70, podem ser uma parte crítica do arsenal neuronal que combate as doenças degenerativas do cérebro", entre as quais se conta também a de Alzheimer.
A doença de Parkinson é a segunda mais comum entre todas as de tipo neurodegenerativo e caracteriza-se por tremores e rigidez nos membros e na postura do corpo, provocados por uma deterioração progressiva em algumas áreas do cérebro nos neurónios responsáveis pelo controlo da dopamina.
Fonte: Lusa
